Os seis erros cometidos por João Pereira na era pós-AmorimHello world!

O Sporting conseguiu vencer o Boavista por 3-2 no fim-de-semana. Mesmo que os Leões tenham terminado a série de quatro derrotas consecutivas, a vitória sobre os Panteras Negras não convenceu nada.

José Ricardo Leite enumera meia dúzia de erros cruciais cometidos por João Pereira, que combinados estão a tornar a luta pela manutenção do título da Liga muito mais difícil para o Sporting do que deveria ser.

Erro 1: antes de a bola ser pontapeada

O primeiro erro pode ser encontrado antes do jogo começar. Os exercícios de aquecimento são muito diferentes quando comparados com Amorim. Um dos principais problemas tem sido marcar golos. No aquecimento podemos perceber que ainda estão a “treinar” os processos de jogo. No entanto, não aquecem o tiro. Isto pode significar duas coisas: ou João Pereira está muito confiante na capacidade das equipas para marcar golos ou não confia que a equipa ainda tenha abraçado as suas ideias ou plano de jogo.

Erro 2: Wonderkid Quenda usado indevidamente

Quenda a jogar como ala. Nem como extremo direito, mas como extremo esquerdo, posição onde o menino-prodígio nunca jogou na sua curta carreira. Quenda tem sido fenomenal a jogar como falso defesa na direita. Amorim valorizou o diamante à maneira de Alcochete driblar pelo interior, permitindo a Gyökeres explorar zonas profundas no ataque. Colocar o Quenda na ala esquerda é o mesmo que ter o Cristiano Ronaldo e colocá-lo na defesa porque é muito alto. Não faz sentido.

Erro 3: mudar por mudar

João Pereira prometeu “colocar a sua impressão digital” no sistema Amorim, o que significa que tem ideias próprias. No entanto, mudar os jogadores significa mudar a dinâmica do jogo, porque nem todos os jogadores são iguais. A súbita promoção de Marcus Edwards nos primeiros jogos de João Pereira no comando é o principal exemplo. Edwards tem lutado para se manter em forma há meses e mal conseguiu aparecer esta temporada sob o comando de Amorim, embora também devido a uma lesão. Torná-lo titular frente ao Arsenal e ao Santa Clara, os dois primeiros jogos sérios do Sporting sob o comando de Pereira, teve resultados previsivelmente maus.

Além disso, no jogo da Liga dos Campeões frente ao Brugges, a primeira substituição que João Pereira fez foi a entrada de Ricardo Esgaio. Esgaio já não é o jogador que era no Braga e não assume responsabilidades quando entra em campo. Em vez de apostar em jogadores como Esgaio para entregar em condições tão difíceis, João Pereira devia apostar em jovens talentos com sede de jogar e a sentir muito menos pressão do que as “vacas sagradas” do Sporting.

Erro 4: excesso nas alas – um grande buraco no meio-campo

Francisco Trincão e Geovany Quenda jogam abertos assim como Maxi Araujo. Geny Catamo joga um jogo mais versátil. Por vezes e só quando o Catamo está muito acima, o Trincão vai nas entrelinhas. Isto afeta não só o processo ofensivo, mas o sistema de alta pressão montado pelo treinador. O espaço no meio-campo é enorme e permite a equipas como o Boavista, Santa Clara e Moreirense (equipas que jogam com três médios) ultrapassar a primeira linha de pressão e activar o contra-ataque. Os dois golos marcados pelos Panteras Negras foram em jogadas de contra-ataque. Só isso já deveria servir de alerta para João Pereira. No entanto, não só neste jogo foi um problema evidente. O golo sofrido frente ao Santa Clara foi também de contra-ataque, onde os jogadores do meio-campo sempre se sentiram um pouco perdidos relativamente às ideias do treinador.

Erro 5: Gyökeres é menos eficaz como avançado restrito ao meio

Ofensivamente, o Sporting tem também um “problema” sueco chamado Viktor Gyökeres. Claro que Gyökeres consegue resolver sozinho os jogos do Sporting. No entanto, precisa de uma plataforma para utilizar melhor as suas capacidades, como a velocidade e a fisicalidade. Bem, a sua fisicalidade está sempre presente, no entanto, a sua velocidade tem faltado nos primeiros jogos sob o comando de João Pereira. Este problema tem a ver com o ponto anterior da lista. Com o transbordar de jogo pelas alas, Gyökeres sente-se obrigado a jogar por dentro, como um avançado do tipo “que fica na área”. Isso tira metade do jogo a Gyökeres. Se Gyökeres não consegue explorar os espaços profundos no ataque pelos flancos, o Sporting muitas vezes não consegue criar perigo através de contra-ataques ou bolas longas. Isto é pura teimosia do treinador, que parece apostado na ideia de que um avançado deve ser uma ameaça dentro da área. É verdade, claro, mas um bom treinador adapta sempre as suas ideias de forma a obter os melhores resultados possíveis tendo em conta os principais trunfos de cada jogador. Por vezes, isto significa que deve deixar a sua ideia principal de lado e explorar o que há de melhor na sua equipa. E o seu melhor é Gyökeres.

Erro 6: abrandar o ritmo do jogo

Quantas vezes vimos o Sporting abrandar o ritmo de jogo sob o comando de Pereira, principalmente quando tem vantagem? Tem acontecido com muita frequência. João Pereira, depois de perder com o Santa Clara, adoptou uma táctica que utilizava com frequência quando treinava o Sporting B: jogar como uma equipa pequena quando mantém a vantagem. Esporte

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